49 Congreso Internacional del Americanistas (ICA)

Quito Ecuador

7-11 julio 1997

 

Liane Maria Bertucci

49º CONGRESSO INTERNACIONAL DE AMERICANISTAS - QUITO - EQUADOR - 1997

FORO DE INVESTIGACION - CONDIÇÕES DE VIDA E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM CIDADES BRASILEIRAS (SÉCULOS XIX E XX)

TÍTULO DO TRABALHO :

CIDADE, SAÚDE E MILITÂNCIA OPERÁRIA. SÃO PAULO, INÍCIO DO SÉCULO XX

Liane Maria Bertucci

Doutoranda em História na Universidade Estadual de Campinas (Brasil)

RESUMO: O texto Cidade, Saúde e Militância Operária. São Paulo, início do século XX , aborda como as transformações urbanas que aconteciam na cidade de São Paulo eram analisadas em jornais de trabalhadores. Questões como moradia operária e remodelação de ruas e praças são estudadas através de suas implicações no cotidiano e na saúde dos trabalhadores, por meio de dois temas que apareciam com destaque na imprensa operária: o alcoolismo e a tuberculose, problemas eminentemente políticos nas palavras dos militantes operários paulistas no início do século XX.

Introducción

Desde o final do século XIX a população do estado de São Paulo aumenta vertiginosamente. A capital do Estado, a cidade de São Paulo, com uma população que atinge 47.000 habitantes em 1886, na virada do século XX conta com 240.000 moradores. (1) Pessoas com variados usos, costumes e ocupações (imigrantes europeus) cada vez mais afluem para o espaço da cidade, que cresce de forma acelerada. Como observou Raquel Rolnik, já na última década do século XIX a cidade |de São Paulo| vê chaminés de fábricas e sobretudo o movimento mais intenso de circulação: de mercadorias, de indivíduos/mão-de-obra, de moeda. Ao crescer a cidade, seu espaço se alarga e sua organização é redefinida: funções e usos são relocalizados no tecido urbano; configuram um novo desenho do território que contém os novos grupos sociais em suas relações (2)

Já em 1901 São Paulo conta com 94 fábricas (excluindo as pequenas empresas) e o número de trabalhadores imigrantes atinge, aproximadamente, 90% do total. Entre 1872 e 1886, a população estrangeira da cidade já se elevara de 8% para 25% do seu total. (3)

O antigo burgo desaperecerá sob os alicerces da cidade cosmopolita, que se industrializa. A massa crescente de pessoas atraídas pela promessa de trabalho transfigura a cidade, transformando radicalmente o espaço urbano de São Paulo. Nessa conjuntura, limpar e organizar o traçado de ruas e praças e a construção de casas, dotar a cidade de água encanada e esgoto é tão importante quanto edificar hospitais e laboratórios, fabricar vacinas e remédios. Nesta perspectiva, leis e normas calcadas na necessidade de circulação, arejamento e consequente desodorização do ambiente, originárias da teoria dos miasmas (4), ganham atualidade e são combinadas com as mais modernas descobertas científicas da biologia (proporcionadas pela teoria microbiana).

No novo panorama que se descortina, doenças cuja incidência não representavam novidade para a população paulista e nacional (como a varíola) ganham atenção inusitada devido a facilidade com que se expandiam, representando risco para uma gente que, de forma cada vez mais densa, se aglomera em São Paulo, colocando em perigo a vida de todos os habitantes urbanos. Atacar as enfermidades com novos meios científicos e gerir de maneira mais conveniente e sadia o espaço são tanto estratégias de sobrevivência física quanto de poderio financeiro e político.

Nessa época de mudanças na capital do estado de São Paulo (e em outras localidades paulistas), as doenças epidêmicas refletem dois aspectos distintos mas complementares, de um movimento de transformação e acomodação. De um lado serão denúncias de que a estrutura social e urbana vigente está, efetivamente, matando os membros da sociedade (de todas as classes); de outro elas possibilitam uma intervenção ainda mais aguda, em nome da saúde, no espaço e na vida das pessoas. Doenças virulentas e imprevisíveis, com abrangência de vítimas e desestruturação de sistemas médico-sanitários, as epidemias também expõem com especial destaque o dia-a-dia dos trabalhadores das cidades. Suas posições e reivindicações ganham realce por serem eles os que mais sentiam tanto a extensão dos danos causados pelas moléstias, devido a sua condição precária de vida, quanto as muitas soluções encontradas para debelá-las, por incidirem diretamente sobre o seu cotidiano.

Momento em que os problemas sanitários são expostos de forma aguda, a época epidêmica será o período propício para formulações de propostas para a saúde das cidades mas, principalmente, o momento de maior implementação e aceitação popular de projetos governamentais para o urbano que, trazendo como emblema a saúde, se imiscuem no dia-a-dia da cidade e de seus moradores, justificando transformações nas suas vidas.

Em dezembro de 1900, um ano depois da peste bubônica ter feito vítimas na cidade de São Paulo, o jornal Folha do Braz traz, na sua primeira página, artigo que louva a idéia do governo estadual de acelerar a execução das obras de esgoto do Brás, reclamadas pela população do bairro:

"(...) não só porque constitue um dos mais salutares melhoramentos, que já de há muito deveria ter sido feito, como também por ser um dos mais indispensáveis preservativos das epidemias, que o governo pode oferecer a esta parte da população da nossa Capital." (5)

Mas este arraigamento da idéia de salubridade como meio de prevenir e garantir a saúde (com a consequente intervenção transformadora no espaço urbano) e a aceitação da existência de um sujeito competente para resolver tais problemas, podem ser sentidas já em l899, nas primeiras notícias sobre a peste bubônica:

"(...) verdadeira ou não a existência do mal, cumpre que o governo do Estado continue a providenciar para nos por a salvo do terrível flagelo e, não deixe para mais tarde a execução de medidas preventivas que o caso exige, por mais rigorosas que elas sejam.

Entre os bairros que mais facilmente podem desenvolver o mal, por infelicidade nossa, parece que está o Brás em primeiro lugar, pela falta de asseio em algumas ruas habitadas por grande número de indivíduos acumulados, uns sobre os outros, em cortiços e sem a mínima higiene."(6)

A epidemia será a época propícia para a incorporação e o reconhecimento da eficiência de medidas não só porque estabelecidas cientificamente, mas porque testadas em momentos de perigo para a vida da cidade, o que gerará um crescimento da demanda por esses serviços apregoados como benéficos para a salubridade de um lugar em mutação. O número crescente de pedidos para a melhora no serviço de remoção do lixo das casas (inclusive com propostas, como o uso de caixotes fechados e limpos diariamente para higienizar o trabalho), para o calçamento, limpeza de ruas e outros melhoramentos (para que seus moradores se livrassem do pó, das poças de água e da sujeira nelas acumuladas __ que acusavam perigosas para a população devido aos "miasmas" que exalavam ) dão testemunhos dessa assimilação e também de como o governo podia ser cobrado e criticado por não fornecer aquilo que, por meio de seus órgãos competentes, apregoava como o necessário para a boa manutenção da saúde no meio urbano.(7)

Entretanto, será o passar dos anos que revelará a aceitação cotidiana de uma norma, quais seus limites e sua utilização.A crítica de populares à passagem de gado bovino e suíno pelo centro de São Paulo e ao matadouro municipal, no final de 1898 e os pedidos da população , em 1899, para que se eliminassem os cães que circulavam livremente por algumas ruas do Brás, são o resultado da introjeção pelas pessoas de noções de preservação da saúde e da aceitação de novas necessidades de circulação urbana que em outros momentos podiam ser desconsideradas.(8)

De forma semelhante, a época da epidemia de peste bubônica fortalecerá entre a população noções de salubridade que, a partir deste momento, se tornarão mais presentes e corriqueiras na vida e na luta dos trabalhadores para a manutenção de sua saúde. (9) Assim, com o passar dos anos e o crescimento da cidade serão essas noções, que naquele período apareceram como imprescindíveis para a manutenção da própria vida, que comporão nos periódicos operários as exigências e os ataques feitos ao governo e, consequentemente, à organização social:

"Depois de inúmeras reclamações, dignou-se a Prefeitura ordenar o melhoramento de que necessitava o aterrado do Gasômetro, uma das arterias que liga o nosso bairro ao centro da cidade.

"Confrange-se-nos o coração em desesperanças, ao ver o menosprezo, mais que insuportável, que a Câmara Municipal consagra ao nosso bairro.

É incabível tanta incúria e tanto desleixo da Prefeitura em relação à tudo o que diz respeito ao Brás". (10)

Entretanto, serão as próprias medidas relativas à saúde de homens e coisas, propostas pelo Estado com base em postulados técnico-científicos, que embasarão as críticas de que o governo será alvo através de jornais ligados aos trabalhadores de São Paulo, quando estes recebem, em 1908, a notícia de que nova epidemia de varíola atacava a cidade do Rio de Janeiro e ameaçava expandir-se pelo interior do país.(11) Mesmo as questões da eficácia da vacinação anti-variólica e da sua obrigatoriedade, que tanta polêmica já haviam suscitado (12), serão neste momento estreitamente unidas aos problemas diários dos operários (que a ameaça representada pela varíola só vinha agravar) e assim, criticadas por meio do enfoque dado por estes periódicos às questões de saúde presentes na vida cotidiana dos proletários. Quando a doença começa a fazer vítimas em São Paulo, em agosto de 1908, o jornal Folha do Povo , que se autodenominou primeiro "independente"e depois "de combate", afirma sobre a moléstia:

"O "mal da miséria"onde pode encontrar confortante abrigo.? (...)

E diga-se ao povo que se vacine, que se prepare contra o mal !

Quando se vive no meio da imundice, da poeira, dos charcos, quando se tem o corpo estenuado por um longo e brutal trabalho, quando se habitam pocilgas sem ar nem luz, úmidas, amontoados como porcos em chiqueiros, quando se sofre miséria, de muito há de valer a vacinação !

Quem está precisando de uma poderosa e radical vacinação é este miserável estado social ! "(13)

Mas a objeção impressa ao governo, baseada em noções de saúde adquiridas por muitos trabalhadores não se limitará as doenças epidemicas, ela se estenderá a várias das obras que estavam sendo realizadas na cidade de São Paulo, quando as alterações implementadas no traçado urbano derrubavam casas, alargavam avenidas, construiam viadutos. Longe do apego a uma cidade que estava sendo rapidamente "demolida" com as obras que estavam sendo feitas, o que transparece nos jornais é a contestação da prioridade dada a estas transformações em detrimento de mudanças que esses órgãos elegiam como mais urgentes, em locais onde as condições para uma vida saudável eram mínimas, como o Belenzinho ou o Brás, chamado "Cidade das Indústrias" (14)

(...) Não tenho, infelizmente, dados oficiais que me habilitem a um cálculo exatamente aritimético mas, calculando por dedução e baseando-me em informações vagas, creio não errar dizendo que, nestes últimos dez anos passados, a Câmara não dispensou no bairro do Brás nem a vigésima parte da renda aqui arrecadada. Todo o imposto é consumido em adornos para esconder os cortiços e as ruas intransitáveis (...). E assim há de continuar enquanto o povo não compreender os seus direitos, e assim há de ser enquanto o povo estupidamente idolatrar homens cuja vida é toda consagrada a fazer-lhe mal e a iludi-lo.

Gil Telles (15)

Assim, coerente com os ensinamentos que a vivência cotidiana possibilitava, juntamente com uma definição cada vez mais nítida quanto ao caminho a seguir __ o revolucionário, as acusações dos jornais serão feitas em uma linguagem que buscará distanciar embelezamento de necessidade, para separar de forma contundente o que estava sendo feito e o que era preciso realizar em São Paulo. Mas, entre as questões ligados à saúde e relacionadas com as mudanças do traçado urbano, o problema da moradia foi um dos que mais ocupou a atenção da imprensa operária.

Desde o final do século XIX, com o crescimento das cidades e, concomitantemente, das edificações destinadas a habitação, que a questão da casa dos trabalhadores urbanos ocupou lugar de destaque nos artigos publicados na imprensa ligada aos operários em São Paulo. São repetidos os textos que apontam a situação aviltante a que o trabalhador era obrigado a se sujeitar para ter um teto onde se abrigar. Muitos desses escritos compunham apelo político para que o operariado lutasse por melhores condições de existência e principalmente pela transformação social, pois só esta última permitiria, de forma efetiva, que o trabalhador desfrutasse de uma existência saudável.(16)

Assim, presentes em inúmeros textos feitos pela imprensa, essas denúncias procuravam fixar a disparidade das condições de habitação entre proletários e burgueses, alertando os trabalhadores para a necessidade de combater a ordem vigente. Observações como: o ar respirado |pela milionária| D. Veridiana Prado, |no bairro de| Santa Cecília, não e o mesmo que absorvem 20 pessoas que compõem 4 famílias, que morarn em um cortiço... (17), estão nos artigos que cotejam a vida de capitalistas e trabalhadores.

Ao longo dos anos, protestos esparsos e organizações específicas surgirão e desaparecerão em São Paulo com o intuito de minorar as agruras porque passavam os trabalhadores no que dizia respeito à habitação, deixando como saldo principalmente a demonstração da viabilidade de uma efetiva mobilização popular. A Liga dos Inquilinos de 1920 (18), herdeira de movimentos anteriores, é um exemplo da luta específica dos paulistanos contra os altos preços das moradias e da consequente impossibilidade de um indivíduo habitar casas salubres devido a seu alto custo, durante as primeiras décadas do século XX:

(...) aluguél desmedido, esmagador e abusivo, por verdadeiros casebres, por pardieiros insalubres, escuros, antihigiênicos. (19)

A questão da moradia do proletariado ocupou também as atenções de outras camadas da população, preocupadas com a configuração do espaço da cidade e com as consequências da chegada e fixação de um número crescente de pessoas.

Apontado como local de geração e propagação de vícios e outros males, os grandes aglomerados, como São Paulo, têm nos cortiços __ a moradia do pobre por excelência nesse período __ sua tradução mais alarmante e o alvo de apreensões de muitos indivíduos, devido aos problemas que poderiam acarretar para a sobrevivência de toda a sociedade, enquanto focos de doenças (como a tuberculose) e desordens.

O interesse originado pelos cortiços constituiu parte fundamental de uma estratégia de ação que objetivava sua reorganização não só higienizada mas controlável. Assentada sobre princípios científicos relacionados a bacteriologia e em idéias que valorizavam a livre circulação de ar, a limpeza dos ambientes e a boa iluminação dos espaços, essa ação teve como objetivo destruir uma forma de vida perigosa para a organização burguesa: o perigo residia não apenas nas enfermidades que poderia fazer proliferar, mas no contato efetivo e permanente entre pessoas que, sacrificadas pela sociedade existente, poderiam unidas insurgir-se contra ela. (20)

Tema de legisladores paulistas desde pelo menos final do século XIX, a questão habitacional foi pautada pela atenção que a higiene e a salubridade estavam despertando nessa época marcada por surtos das mais variadas doenças A questão mereceu diversas formas de estudos e propostas de solução que, partindo notadamente de médicos higienistas e de inquéritos realizados por orgãos governamentais, resultou em variadas propostas de ingerência na moradia do proletariado.(21) Esta atuação não passou despercebida aos militantes operários. Socialistas ou anarquistas, independentes ou comunistas, durante vários anos tematizaram em seus artigos a atuação governamental nessa área.

A ação do governo foi alvo de uma atenção que ao longo dos anos se multiplicou, resultando em denúncias dos jornais sobre a ganância de proprietários, que mesmo recebendo favorecimentos do Estado cobravam aluguéis exorbitantes dos operários e em críticas a atuação direta do governo, que priorizava construções luxuosas, como teatros e avenidas, e ao tentar implementar medidas para edificação de casas para a classe trabalhadora não considerava as reais condições financeiras do proletariado. (22) Assim, a postura do governo foi utilizada na imprensa operária como alerta para os trabalhadores sobre a situação degradante em que vivia a imensa maioria do povo e da ineficácia da ordem estatal burguesa para solucionar os problemas que mais afligiam esta população.

Da acusação do jornal "de combate" Folha do Povo de 1908, chamando os proprietários que alugavam casas, de uma (...) súcia de bandidos que vivem sugando os magros salários dos que trabalham, a troco de imundos buracos, que eles intitulam habitações , à denúncia do libertário A Plebe em 1920, de que em São Paulo constroem-se palácios mirabolantes, vistosos, enquanto o operário não tem onde se abrigar das intempéries, onde viver com a mulher e os filhos numa sã e racional higiene, e por um preço em conformidade com os seus ganhos , está o espectro de um problema que acompanhou os trabalhadores ao longo dos anos, frequentemente associado a discussões sobre sua saúde. (23)

Questão de ordem política, a da habitação que cabia ao trabalhador, mereceu vários protestos dos periódicos: do material usado nessas construções aos tipos de solução que a burguesia paulista apresentava para o problema da moradia. Neste contexto a construção das vilas operárias pelas empresas, mereceu uma abordagem especial de jornais e revistas, onde eram, em geral, apontadas como locais erigidos com alardeados propósitos de possibilitar uma existência digna e sadia ao operário e sua família mas que, na realidade, ceifavam a liberdade dos indivíduos, algemando-os ao mundo da fábrica e à sua disciplina de maneira integral. O tema dessas vilas, como o da presença pontual de particulares e do Estado na construção de moradias para os trabalhadores, ocupou e dividiu opiniões ao longo do tempo, como transparece no artigo de 1921 do jornal anarquista A Vanguarda :

A Companhia Paulista está tratando da construção de uma vila operária |nas cidades de| Jundiaí e Campinas.

Esta iniciativa é por muitos recebida com entusiasmo , sem se lembrarem de que o seu fim é a maior escravidão dos trabalhadores.

As grandes emprezas constroem essas vilas-feudo para trazerem os trabalhadores à sua disposição, impondo-lhes tudo quanto lhes apraz, sob a ameaça de serem despejados em 24 horas.(... )(24)

Mas, independente da aprovação ou não da atuação destes setores na edificação de habitações, diversos princípios que norteavam a ação dos defensores e construtores das vilas operárias e de outros homens que se debruçaram sobre essa questão, podem ser detectados em várias publicações ligadas ao operariado. Jornais chamando os cortiços de locais antihigienicos e de antros de infecções e de promiscuidade valeram-se de argumentos correntes entre parcela significativa da classe dominante, utilizando-os para denunciar as precárias condições de vida dos trabalhadores e seu receio quanto a possibilidade do futuro dos operários: Dão-lhe para moradia pocilgas infectas, para alimentação pão negro e como salário o que baste para retardar, de alguns poucos anos, a morte pela inanição ou pela tísica. (25) Publicações que, primeiro sutilmente e com o passar dos anos de forma mais acentuada, atacaram a organização do Estado, denunciavam:

Fazendo hoje alguns leves reparos relativamente a higiene do nosso populoso arrabalde |o Brás| não poderíamos deixar de nos referir ao pouco escrúpulo dos médicos-higienistas em relação a esse indispensável melhoramento.

Não é so em intimar os proprietários a cimentar o solo em que se acham as casas construídas, que consiste a mais salutar medida higiênica. Não. Os competentes médicos encarregados disso devem examinar os quintais das inúmeras casinholas que existem em todas as ruas; devem, principalmente, contribuir para a extinção dessa quantidade perniciosa e avultada de cortiços, cuja insalubridade, não só é motivada pelo agrupamento de moradores em quartos acanhadíssimos, como também pela falta absoluta de limpeza que entre eles reina.(...) (26)

Nascida em berços dourados e rodeada de fausto, de fartura e de todas as comodidades imagináveis |a burguesia| pareceu sempre ignorar a rude vida do produtor, do operário, do pobre servo que a troco de sopas e de migalhas era obrigado a sofrer, a suar e a remover fardos pesados demais para a sua força, a troco de um mísero salário que o obrigava a andar andrajoso, com o estômago vazio e a habitar casas, verdadeira alforjas sem sol, sem ar, sem luz, úmidas e escuras, em completa promiscuidade, sujeito a todas as degradações, a todas as epidemias, a todos os vis contatos que lhe transformam a vida em um contínuo, pesado e ingreme calvário que só findará quando a morte benfeitora se apiedar dele(27)

Assim os militantes operários se apropriando de noções científicas relativas a higiene pessoal e a salubridade, em seu combate por melhores condições de vida transformarão estas noções em instrumento imprescidível de denúncia da ordem burguesa e de instigação para luta contra ela. A utilização da ciência, mesmo contribuindo para vulgarização de valores e modelo de vida forjado em setores da classe dominante, fornecerá desta forma aos militantes operários meios eficazes para o combate que empreendiam contra a ordem existente e para esboçar o mundo saudável e justo que pretendiam criar. (28)

Foi na ciência que grupos de diferentes tendências ideológicas buscaram a base para muitas de suas formulações programáticas e reivindicatórias, elaborando princípios que passavam a ser aceitos e almejados por parte do proletariado. O saber da ciência será valorizado por proporcionar os argumentos e os meios para que os trabalhadores lutassem por melhores condições de vida e, assim, de saúde. Comentários sobre conferências e reuniões, livros e revistas, relacionados com a produção, divulgação e aplicação da ciência tinham, todavia, um tema privilegiado, no que dizia respeito a saúde: a tuberculose. Fruto de moradia infecta e alimentação deteriorada, além de trabalho com ritmo insano em local insalubre, a tuberculose ou tísica atormentará militantes operários por significar a existência de homens frágeis, abatidos e precocemente falecidos: perdidos para a revolução.

Espelho de um cotidiano mal organizado, onde a maioria dos seres humanos é explorada nas fábricas e vive em casas infectas, a tuberculose será tema de textos variados, extremamente elaborados e meticulosos onde o conhecimento da moléstia será associado à revelação de sua grande presença entre o operariado. Sobre a doença escreverá João Ramalho, colaborador da revista independente A Rolha , artigo que, certamente, seria aprovado pela grande maioria dos militantes operários:

(...) sua difusão se deve, em grande parte, à incultura do povo. Nas classes médias e humildes e até nas classes elevadas, inspira ela ao mesmo tempo terror e piedade. Esta é, porém maior do que aquela e alia-se a ignorância e a desidia para impedir uma profilaxia fácil e proveitisa.

O terror e a piedade fazem com que se oculte aos doentes seu estado, impossibilitando as medidas preventivas que deles dependem em grande parte. A desidia e a ignorância são causa de condutas que constituiriam verdadeiros crimes se fossem conscientes: os tuberculosos são conservados em completa promiscuidade com os filhos, os pais, os irmãos, todas as pessoas da casa e da vizinhança; escarram no assoalho e nas ruas, o que é além de um perigo, uma imundice; usam os mesmos pratos e os mesmos talheres, assim como as mesmas roupas de cama; dormem nos mesmos quartos, quasi sempre com a janela fechada, confinando-se e, portanto, infecionando-se a atmosfera; um perfeito horror, que causa angústia aos que o contemplam sem poder dar um conselho porque o conselho seria tomado como uma afronta! O enfermo, na ilusão que o embala, perguntaria melindrado: Pensa que eu estou tuberculoso!? E a família acudiria: Se tem medo, ou nojo não venha mais aqui!... (29)

O artigo continua afirmando que se o doente não se agarrasse a esperança de ter outra moléstia, preferindo ouvir a verdade e se a família não tivesse receio de magoá-lo, tomando precauções para evitar o contágio, seria dado (...) o primeiro passo para a cura, pois que ninguém observa um regime terapêutico e dietético se não tiver consciência de sua necessidade. (30)

Acusando médicos que não revelavam ao tuberculoso ou a sua família o verdadeiro estado do enfermo e declararando ceticismo quanto a possíveis mudanças em usos e costumes compartilhados inclusive pela classe médica, o texto prosseguia:

(...) pode-se por em vigor o Código Sanitário, na parte em que coloca a tuberculose entre as moléstias de notificação obrigatória. Assim ficaria a cargo da higiene oficial a adoção de medidas profiláticas em torno de cada enfermo. O médico da família que é quase sempre um amigo, poderia continuar a não cumprir os seus deveres, por um desvio da sua noção real. Ao médico do Serviço Sanitário é que incumbiria agir nesse sentido, ministrando conselhos e impondo medidas preventivas. Ao fim de certo tempo, tudo isso entraria nos hábitos do povo , que viria a ficar sabendo como conduzir-se mesmo que lhe faltasse um guia de anel no indicador e com teses defendidas para doutoramento.

***

Para a luta contra o bacilo de Koch parece-me indispensável levar ao povo a convicção de que a tuberculose é curável.(...) Os medicos sabem que a moléstia não é invencível e pensam que toda a gente o sabe. A verdade é que está formada a opinião em contrário e dela participam 95% das massas populares. (...)

E dizer que o remédio não é mais do que repouso, boa alimentação e ar, muito ar. (31)

O artigo de João Ramalho arrola pontos significativos que passavam muitas vezes ao largo de textos de militantes operários, preocupados em denunciar as impossibilidades do trabalhador ter o repouso, boa alimentação e ar, muito ar , que o próprio Ramalho apontou como "remédio" fundamental contra a tuberculose. A questão dos costumes de um povo , suas crenças e temores, que recebeu neste texto uma menção destacada e importante, pouco será lembrada por autores de publicações ligadas aos trabalhadores e, via de regra, era apenas percebida em jornais e revistas através de notas sobre atitudes que passariam, no mínimo, por excêntricas caso não considerassemos a existência desses valores populares. Como por exernplo a notícia sobre o abandono de tratamento por doentes de tuberculose no Dispensário Clemente Ferreira , em 1909. (32)

Constituindo maioria absoluta entre os trabalhadores de São Paulo, os imigrantes atingiram um total que ultrapassou a 70% dos moradores, na primeiras décadas do século XX; deste total a maioria era de origem italiana. (33)

Senhores de hábitos seculares, os estrangeiros amalgamaram pouco a pouco sua herança cultural com costumes aqui encontrados, criando um novo tipo de vida. Entre esses hábitos, que acabavam por influenciar seu comportamento até mesmo quanto ao tratamento da tuberculose, o do consumo de bebidas alcoólicas não será desprezível, costume certamente reforçado pelo hábito italiano de tomar vinho nas festas, reuniões e refeições.

Há muitos operários |afirma o Jornal Operario de 1905 | para os quais o encarecimento do pão, da carne, do vinho e outros artigos de primeira necessidade , não os preocupa,, como se o encarecimento não significasse uma diminuição na alimentação de si mesmo e de seus filhos. (34))

Amadeu, pais italianos, relata: Das crianças que eu conheci, os pais eram todos gente boa. Mas naquele tempo bebiam muito: o vinho italiano custava |muito barato|. (...) Depois de casado |1937| tomávamos um vinhozinho no almoço, um vinhozinho na janta, mas em casa, só um copo. Os que iam no bar saíam de lá embriagados. No Brás eram muito procuradas as cantinas que serviam queijos, azeitonas, atum estrangeiro, mas eu não tinha o hábito de frequentar essas cantinas." (35)

Entretanto, o consumo de bebidas alcoólicas será combatido pelos militantes operários como um perigo que de forma permanente ameaçava tanto a ação consciente dos trabalhadores, afastando-os do movimento para emancipação da classe operária e do sindicato, quanto como causador de problemas físicos e mentais __ uma doença. Já em 1905 o jornal anarquista O Carpinteiro publicava artigo com dados estatíticos sobre o problema do alcoolismo concluindo: É pois rigorosamente exato dizer que combater o alcoolismo é combater a tuberculose(...) (36)

Mas, o alcoolismo, cúmplice de doenças e do desregramento moral, desvenda mais ao ser combatido: revela o universo fervilhante e tenso da vida paulistana nas primeiras décadas do século XX. Tradutor cruel da urbanidade, através de relatos de acontecimentos trágicos imputados ao excesso de bebida, o alcoolismo espelha nas páginas dos jornais que o condenam, a composição, as ocupações e aspectos da vida de pessoas que habitavam São Paulo nessa época.

O jornal Folha do Povo , publica em 1909 notas denunciando os maléficos resultados da ingestão de bebidas alcoólicas. Além do impacto que esses escritos curtos possivelmente causavam, pode-se detectar a difusão do uso do álcool entre trabalhadores e as dificuldades e angústias que a vida em São Paulo gerou em seres humanos que vivenciavam as mudanças e a expansão da cidade: um acidente causado por um condutor de carroça que, nas primeiras horas do dia, guiava embriagado; um homem que se fere na cabeça, ao cair bêbado na rua, as 11 horas da manhã. Seres humanos atropelados pelo crescimento e transfomações de São Paulo __ homens com 40 e 60 anos, respectivamente, com domicílio e estado civil conhecidos, o segundo identificado como imigrante (espanhol), situação provável do primeiro devido ao seu sobrenome (Fratelli). Profissão declarada do espanhol Manuel R. Gazon, solteiro: hortelão. Ambos atendidos na Central de polícia, por médicos legistas, e presos em seguida. (37)

A presença da polícia encaminhando para atendimento médico e prendendo, será componente decisivo na definição dos limites da organização social em São Paulo, limites que se vão traduzindo claramente para seus próprios habitantes em movimento muitas vezes sincronizado com o resultado de atitudes desses mesmos moradores da cidade, esses homens impactados com as mudanças ainda pouco definidas do espaço urbano. A função policial de sanar o social que transparece nos casos transcritos é exemplo do que afirma Robert D. Storch, ao estudar a polícia inglesa: quaisquer que tenham sido as realizações da polícia do século dezenove em matéria de combate ao crime grave (e ao que parece foram considerávels), a vigilância, a autorização oficial e a regulamentação do cotidiano, o combate aos pequenos crimes e a grande quantidade de transgressões tecnicamente não-criminosas estiveram no centro mesmo do projeto de ordem pública do século dezenove. (38)

Será repetidamente o homem com vida pessoal e profissional conhecidas, aquele sobre o qual a ação policial incidirá ao punir o uso exagerado de bebidas alcoólicas, indicando um caminho __ o fardado __ da construção da idéia do uso de bebidas com álcool como algo a ameaçar a estrutura da sociedade, justificando a segregação de pessoas que bebiam descontroladamente. É esta concepção que aparecerá na imprensa operária e que será explicitada de forma acabada na década de 20, entre outros, pelo escritor e jurista Evaristo de Moraes, ao falar da diferença entre a antiga embriaguês e o moderno alcoolismo __ agora doença social e, portanto, com possibilidade de se expandir.(39)

Serão, entretanto, as notas sobre brigas publicadas pela Folha do Povo que retratarão com um pouco mais de nitidez o universo da cidade, com as linhas divisórias que separavam seus habitantes, demarcando seus locais de moradia e trabalho e ditando suas normas de comportamento, derrubadas sem esforço pela bebida usada cotidianamente. Discussões de ébrios em uma pequena loja de secos e molhados, com o dono do estabelecimento dando tiros para o alto em vã tentativa de por fim a um tumulto (que assim só aumenta) que termina com todos indo parar no posto policial do Brás; ou a notícia de uma prostituta morta a facadas pelo amante bêbado, em uma das inúmeras e imundas casas de diversão popular que há no bairro do Brás , (40) são testemunhas desse mundo ainda não totalmente esquadrinhado pela ordem fabril burguesa.

Um artigo publicado em 14 de maio de 1909, é, talvez, o que com maior fidelidade traduza essa mistura de tipos humanos existente na cidade, cujas formas de comportamento escapam de padronizações rígidas. O jornal descreve uma briga entre dois oleiros, companheiros de trabalho, que sairam juntos e beberam muito. De madrugada, quando voltavam para casa, começaram a discutir por banalidades, resultando daí o ataque de Agostinho Zaccarias Filho a Felicio SantAnna com uma navalha, o que causou no último ferimento profundo do lado esquerdo do ventre. O ferido, que chamou por socorro, foi encaminhado ao subdelegado do distrito do Brás por seu patrão, que o havia socorrido e prendido o agressor. O ferido foi removido para a Santa Casa de Misericórdia, em estado grave. O criminoso, preso, interrogado pela polícia, afimou que tudo não passava de uma brincadeira. (41)

Assim, os militantes operários, vivendo em um universo urbano que se ordenava cada vez mais em função do crescimento industrial, defrontavam-se com as transformações vicerais que este crescimento provocava na cidade de São Paulo, transformações que tinham reflexo no dia-a-dia e no comportamento dos seus moradores, a maioria gente pobre, trabalhadora, carente de saúde, carente de uma casa salubre para morar, carente de um lugar na própria sociedade. Será para esta população de trabalhadores__operários__ que, aqueles que pregavam a revolução como meio de mudança radical da sociedade, publicavam jornais e revistas, faziam conferências e comícios, usando argumentos científicos para denunciar o descaso com que a vida daqueles que, genericamente, chamavam de classe operária, era tratada na sociedade burguesa. Se isto representou de alguma forma o risco de legitimar e/ou colaborar para organização e funcionamento da ordem capitalista, foi componente da luta diária desses homens contra a ordem existente, através da questão da saúde, da salubridade e da organização do espaço urbano.

N O T A S *

(1) Confira, sobre população do Estado: MERHY, Emerson E. - O Capitalismo e a Saúde Pública Campinas, Papirus, 1985, p.67, tabela 4.

RODRIGUES, Jorge M. - São Paulo de Ontem e de Hoje 2ªed. São Paulo, Imp. Oficial do Estado, 1940, pp. 67 e 74.

Sobre a cidade de São Paulo: BONDUKI, Nabil G. - Habitação Popular: Contribuição para o Estudo da Evolução Urbana de São Paulo. In: VALLADARES, L. P. (org.) Repensando a Habitação no Brasil Rio de Janeiro, Zahar, 1983, p.162, nota nº 4.

(2) ROLNIK, Raquel - De Como São Paulo virou a Capital do Capital. In: VALLADARES, L. P. (org.) Repensando a Habitação no Brasil Rio de Janeiro, Zahar, 1983, p. 111.

(3) MORSE, Richard M. Formação Histórica de São Paulo São Paulo, DIFEL, 1970, pp.148,235 e 239.

PINHEIRO, Paulo Sérgio e HALL, Michael M. - A Classe Operária no Brasil - 1889/1930 São Paulo, Brasiliense/FUNCAMP, 1981, vol. II, 28-32.

(4) Calcada na noção de que as doenças são resultado de emanações morbíficas, provenientes de substâncias em decomposição, na necessidade de limpar, arejar e possibilitar livre circulação, a teoria dos miasmas dominou a ação para preservação da saúde na Europa até o século XIX.

Confira. CORBIN, Alan - Saberes e Odores São Paulo, Companhia das Letras, 1987.

FOUCAULT, Michel - Microfísica do Poder 4ªed. Rio de Janeiro, Graal, 1984, pp. 79-98, 9-111 e 193-207.

________- O Nascimento da Clínica 2ªed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1980.

ROSEN, George - Da Polícia Médica à Medicina Social Rio de Janeiro, Graal, 1980.

(5) Folha do Braz (SP) - Anno IV, n.94, 23-12-l900. "Em Prol do Braz", p.l, col.2.

Este jornal havia deixado de circular por um longo período devido a sua "nephasta phase politica" e prometia justiça, quando do seu retorno. Seus proprietários: Edgard Leuenroth e Brazilio dos Santos Altro.

Confira: Folha do Braz (SP) - Anno IV, n.94, 23-l2-l900. "Folha do Braz", p.l, col.1 e 2

(6) Folha do Braz . (SP) - Anno III, n.86, 22-l0-l899. "Peste Bubonica", p.l col.5

Sobre salubridade: FOUCAULT, Michel - Microfísica do Poder Op.cit., p.93.

(7) Folha do Braz . (SP) - Anno III, n.86, 22-l0-l899. "Com a Camara", p.l col.2; n.87, 29-l0-l899. "Remoção do Lixo", p.l col.4 e 5; n.88, 5-ll-l899. "Peste Bubonica", p.l col.4, "Remoção do Lixo", p.l col.3 e 4 e p.2 col.2; n.89, l2-ll-l899. "Chamamos a attenção do sr. dr. Prefeito municipal para a carta abaixo", p.l col.2 e 3; n.90, l9-ll-l899. "Pela Hygiene", p.2 col.2 e "(...) Remoção do Lixo", p.l col.2 e 3 e, Anno IV, n.96, 6-l-l90l. "Pelo Povo", p.2 col.3

(8) O Rebate . (SP) - Anno Terceiro, n.67, l6-l2 l899. "Camara Municipal", p.2 col.l e 2 ( Jornal republicano independente, que apresentou tendências ora socialistas ora libertárias)

Folha do Braz . (SP) - Anno III, n.89, l2-ll-l899. "Chamamos a attenção ...", p.2 col.l; n.90, l9-ll-l899. "A Camara", p.2 col.2 e, n.9l, 26-ll-l899. "A camara ...", p.l col.2

(9) Confira: Folha do Braz . (SP) - Anno IV, n.94, 23-l2-l900. "A Prefeitura", p.l col.4; n.95, 30-l2-l900. "Pelo Povo", p.2 col.l; n.96, 6-l-l90l. "Pelo Braz", p.2 col.4, entre outros

A Lanterna . (SP) - Ano IV, n.3l, l4-5-l9l0. "A Lanterna em S.Vicente", p.4 col.2 (Jornal anticlerical)

O Parafuso . São Paulo. Anno VI, n.l84, 26-2-l920. "Rat-NIP", p.5; junho de l920 (mês provável), desenho com título "O Commercio Honesto", p.4 (?) __ revista danificada; n.200, l6-6-l920. "Uma Vergonha no Coração da Cidade", p.7 (Revista independente)

(10) Folha do Braz .(SP) - Anno IV, n.94, 23-l2-l900."Até que Enfim !!!", p.2 col.3 e, n.97, l3-l-l90l. "O nosso bairro", p.l col.l

Ataques feitos em desacordo com as idéias de saúde pessoal e social, aprovadas cientificamente e veiculadas pelo discurso dos periódicos, também aparecem, mas em menor número. Confira, entre outros:

Folha do Braz . (SP) - Anno III, n.88, 5-ll-l899. "Peste Bubonica", p.l col.4 e, Anno IV, n.95, 30-l2-l900. "Pelo Povo", p.2 col.l

(11) Folha do Povo . (SP) - Anno I, n.3, 29-3-l908. "Carta do Rio", p.l col.4 e 5 e, n.l9, 26-7-l908. "Carta do Rio", p.2 col.2 e 3 (Jornal de combate).

Cf.:STEPAN, Nancy - Gênese e Evolução da Ciência Brasileira - Oswaldo Cruz e a política de investigação científica e médica . S.Paulo, Artenova, l976, pp.89-90

(12) Confira artigo publicado pelo jornal anarquista O Amigo do Povo . (SP) - Anno III, n.56, 25-6-l904, "A Proposito do Testamento Cientifico de H. Spencer (Conclusão) III", p.3 col.3 e 4 e p.4 col.l

(13) Folha do Povo . (SP) - Anno I, n.22, l6-8-l908. "A Variola", p.l col.4

Sobre a questão das doenças epidêmicas e o movimento operário: BERTUCCI, Liane Maria - Saúde:Arma Revolucionária. São Paulo - 1891/1925 Campinas, Publicações CMU/UNICAMP, 1997, capítulo I.

(14) Folha do Povo . (SP) - Anno I, n.l6, 2-7-l908. "Ecos & Notas - Um bom artigo", p.l col. 2 e 3

(15) Folha do Povo . (SP) - Anno I, n.4, 5-4-l908. "A mania das grandezas",p.l col. l a 3

(16) Confira, entre outros: O Socialista (S.P.) Anno II, nº 48, 1º-5-1897. Programa do partido, p. 4, col. 3 a 6, e 1º de Maio, p. 2, col. 2 e 3, e Anno III, nº 56, 22-5-1898. Programa do Partido Socialista - Reformas Municipais, p. 1, col. 1 a 4 e A moral e a questão social, p. 2, col. 2 e 3.

A Lanterna (S.P.) Anno III, nº 15, 24-1-1904. Pela Miséria, p. 1, col. 6.

A Plebe (S.P.) Ano IV, nº 51, 7-2-1920. Ecos e Notas, p. 1, col. 5 e 6; nº 54, 28-2-1920. Ecos e Notas - Que Tatica! e Anno VI, nº 224, 8-12-1922. A jornada das 8 horas. Um projecto que a estabelece, p. 4, col. 3 e 4 (Jornal libertário).

(17) O Socialista (S.P.) Anno III, nº 58, 5-6-1898. Doutrinando - Fortuna Acumulada II, p. 1, col. 3, 4 e 5.

(18) O Parafuso . São Paulo. Anno VI, nº 205, 21-7-1920. Urna Liga Benemerita - Inquilinos versos proprietarios, p. 2.

A Vanguarda (S.P.) Anno I, nº 21, 22-3-1921. A Carestia de Vida - O preço dos aluguéis de casa attinge ao auge, p. 2, col. 5 e 6 (Jornal anarquista).

Confira ainda, entre outros periódicos que trataram do problema da habitação, A Plebe em 1919 e 1920.

(19) A Plebe (S.P.) Ano VI, nº 238, 31-5-1924. Miseria, Sempre Miseria..., p.1,col. 1 a 3.

(20)) Confira.: O Socialista (S.P.) Anno II, nº 55, 28-6-1897. Artigos sobre família, p. 4, col. 1 e 2.

PINHEIRO, Paulo Sérgio e HALL, Michael M. Op. cit., pp. 42-43, 96-99.

Veja ainda: CHALHOUB, Sidney - A Guerra Contra os Cortiços: Cidade do Rio, 1850-1906 . Primeira Versão nº 19. Campinas. IFCH/UNICAMP, 1990.

PERROT, Michelle - Os Excluídos da História. Operáios, Mulheres, Prisioneiros . Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988, pp. 101-125.

STEDMAN JONES, Garreth Le Londres des Reprouves. De la Demoralisation a la Degenerescence . Recherches , Fontenay Sous Bois, nº 28, pp. 37-77, 1978.

(21) SANTANNA, Nuto - São Paulo Histórico - aspectos, lendas e costumes . Vol. IV. São Paulo, Gráfica da Prefeitura, 1944, pp. 121-126.

Presente entre os itens sobre os quais o Serviço Sanitário do Estado e seu Código incidiam, a habitação será fiscalizada desde 1892 e em 1894 o Código Sanitário do Estado estabelecerá normas específicas para a moradia proletária que serão incorporadas (e modificadas) nas disposições gerais sobre habitação nos anos seguintes:

DECRETO nº 233, de 2 de março de 1894. Estabelece o Codigo Sanitario, Col. das Leis e Decretos do Est. de S. Paulo. Tomo IV, 1918, p. 84.

Confira: o jornal anarquista A Terra Livre (S.P.) Anno II, nº 41, 14-7-1907. Talvez te escreva!, p. 4, col. 2 e 3.

O Parafuso . São Paulo. Anno V, nº 157, 12-8-1919. A Falta de Casas em S. Paulo e a ganancia dos proprietarios, p. 4, e Anno VI, nº 227, 22-12-1920. Os Abutres sobre a Carniça p. 12.

(22) Entre outros: Folha do Povo (S.P.) Anno I, nº 18, 19-7-1908. Observando p.1,col.4, p.2, col.1.

(23) Folha do Povo (S.P.) Anno I, nº 2, 22-3-1908. Casas para a pobreza, p.3,col. 3.

A Plebe (S.P.) Anno IV, nº 56, 13-3-1920. Opulencia e miseria, p. 2, col. 5 e 6.

(24) A Vanguarda (S.P.) Anno I, nº 2, 26-2-1921. As Villas - Feudo - Ninguem se illude a seu respeito, p. 1, col. 5. Os grifos são meus.

Veja outros exemplos: A Lanterna (S.P.) Ano XI, nº 137, 6-5-1912. O Progresso de S. Paulo - III, p. 4, col. 1, e nº 144, 22-6-1912. O Progresso de S. Paulo, p. 3, col. 4 e 5.

A Plebe (S.P.) Ano III, nº 22, 2-10-1919. Com dois mil contos..., p. 2, col. 5 e 6; nº 41, 30-10-1919, p. 1, col. 4 e 5; Ano IV, nº 56, 13-3-1920. Casas Para Operarios - Desabamento de uma vila, p. 2, col. 4, e Ano VI, nº 230, 1º-3-1924. Manejos aterrorizadores (vilas operárias), p. 4, col. 5.

O Internacional (S.P.) Anno V, nº 96, 1ª Quinzena-9-1925. Dinheiro e Fome, p. 3, col. 1 a 4 (Jornal influenciado por idéias comunistas).

(25) Folha do Povo (S.P.) - Anno II, nº 86, 26/27-6-1909. O que pensam, p. 1, col. 1 e 2.

(26) Folha do Braz (S.P.) Anno IV, nº 99, 27-1-1901. Em Prol do Braz, p. 2, col. 3

(27) A Plebe (S.P.) Ano IV, nº 66, 29-5-1920. Leis Sceleradas, p. 1, col. 1 a 3.

Veja ainda, sobre a questão moradia/tuberculose/operariado: BERTUCCI, Liane Maria. Op.cit., capítulo IV.

(28) O Amigo do Povo (S.P.) Anno II, nº 38, 8-11-1903, Confrontos, p. 1,col. 3 e 4.

Jornal Operario (S.P.) Anno I, nº 9, 12-11-1905. O syndicalismo e os Syndicatos, p. 2,col. (Jornal influenciado pelo ideário anarquista).

O Parafuso . São Paulo. Anno V, nº 175, 16-12-1919. A Liga Nacionalista, p. 6.

A Plebe (S.P.) Anno IV, nº 66, 27-3-1920. A Classe dos Trabalhadores em Fabricas de Tecidos À População de S. Paulo, p. 4, col. 2 a 6, e Ano IV, nº 66, 29-5-1920. Leis Sceleradas, p. 1, col. 1 a 3.

(29) A Rolha .São Paulo.Anno 1,nº 8,30-4-1918.O Problema da Tuberculose",pp.4e 5 (Revista independente)

(30) Idem.

(31) Idem.O grifo é meu.

(32) Folha do Povo (S.P.) Anno II, nº 44, 2-5-1909. Informações Uteis - Dispensario Clemente Ferreira, p. 3, col. 2.

(33) MARAM, Sheldon - Anarquistas, Imigrantes e o Movimento Operário Brasileiro - 1890/1920 Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979, pp. 15-17

MARCONDES DE SOUZA, T. Oscar - O Estado de São Paulo - physico, politico, economico e administrativo São Paulo, Estabelecimento Graphico Universal, 1915, pp. 196-197.

Confira: HALL, Michael M.- The Origins of mass imigration in Brazil, 1871-1914 Tese de PhD., Columbia University, 1969.

(34) Jornal Operario (SP) - Anno I, nº 9, 12-11-1905.. Tactica das Sociedades de Resistencia - VII, p. 1, col. 1 e 2. Os grifos são meus.

(35) BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de Velhos São Paulo, T.A.Queiróz Editor, 1979, pp.98-99.

(36) O Carpinteiro (SP) Anno I, nº 1, 1-6-1905. Abaixo o álcool, p.2, col.3.(Jornal anarquista)

(37) Folha do Povo (SP) Anno II, nº 55, 15/16-5-1919. Noticias Diversas: Carroceiro Caipora!, p. 2, col. 3 e, nº 54, 14-5-1909. Noticias Diversas: Queda e ferimento, p. 2, col. 5. Ver também: o mesmo jornal, Anno II, nº 72, 4/5-6-1909. Moticias Diversas: Enforcado - as victimas do alcool, p. 2, col. 5 e A Lanterna (SP) Anno IV, nº 2, 23-10-1909, p. 4, col. 6.

(38) STORCH, Robert D. O Policiamento do Cotidiano na Cidade Vitoriana . Revista Brasileira de História . São Paulo. Marco Zero, 5(8/9: 7-33, set. 1984/abr. 1985, p. 30.

(39) MORAES, Evaristo de . Ensaios de Pathologia Social - Vagabundagem - Alcoolismo - Prostituição - Lenocínio . Rio de Janeiro, Livraria Editora de Leite Ribeiro & Maurillo, 1921, pp. 71, 73 e 87.

(40) Folha do Povo (SP) Anno II, nº 45, 4-5-1909. Chronica: Consequencias do alcoolismo, p. 2, col. 6 e, nº 68, 1º-6-1909. Noticias Diversas: Mulher assassinada. Os crimes do alcool - Scenas de Bordeis, p. 2, col. 4 e 5.

(41) Folha do Povo (SP) Anno II, nº 54, 14-5-1909. Noticias Diversas: Entre Oleiros, p. 2, col. 4 e 5.

Sobre o alcoolismo entre os trabalhadores: BERTUCCI, Liane Maria. Op. cit., capítulo II.

* A grafia dos nomes dos jornais, revistas e livros, assim como dos títulos dos artigos, é a original.

B I B L I O G R A F I A

JORNAIS, REVISTAS E LIVROS DO PERÍODO ESTUDADO

A Lanterna

A Plebe

A Terra Livre

A Vanguarda

Folha do Braz

Folha do Povo

Jornal Operário

O Amigo do Povo

O Carpinteiro

O Internacional

O Rebate

O Socialista

A Rolha

O Parafuso

MARCONDES DE SOUZA, T. Oscar - O Estado de S. Paulo - Physico, Politico, Economico e Administrativo . São Paulo, Estabelecimento Graphico Universal, 1915.

MORAES, Evaristo de - Ensaios de Pathologia Social - Vagabundagem, Alcoolismo, Prostituição, Lenocinio . Rio de Janeiro, Livraria Editora de Leite Ribeiro & Maurillo, 1921.

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