Especial NAyA 2001 (version en linea del cdrom)

O MEGALITISMO NA PRÉ-HISTÓRIA AMERICANA E BRASILEIRA.

Johnni langer - Doutorando em História pela UFPR. saturnus@netpar.com.br

RESUMO:

O presente artigo procura reconstituir os registros de evidências megalíticas no Brasil e América do Sul.

ABSTRACT:

The present article tries to reconstitute the registrations of megalithic evidences in Brazil and South American.

Palavras-chave: megalitismo, alinhamentos, pré-história.

Key-words: megalithism, alignments, prehistory.

Os denominados monumentos megalíticos (do grego mega -- grande e lithos -- pedra) são construções em rocha, geralmente de forma tosca ou retalhada. Mas antes de tudo, significam "um conjunto determinado de elementos culturais (..) um modo de construção (Orens, 1978, 10)". Genericamente, as suas formas não são precisas e a superfície não é polida. A terminologia megalitismo surgiu em 1867 na Europa (Déchelete, 1924, 373), e com o sucessivo desenvolvimento das pesquisas arqueológicas, tornou-se um termo empregado para o mundo inteiro.

Tanto para o continente europeu como para a Ásia, África e Polinésia, distinguem-se quatro tipos específicos de monumentos megalíticos: menir, alinhamento, cromlech e dólmen.

O menir (Baixo Bretão men -- pedra e hir -- longa) é uma pedra bruta artificialmente pouco trabalhada, de forma e altura variáveis, disposta verticalmente no solo (Déchelete, 1924, 375; Orens, 1978, 11). Pode encontrar-se isolada (monólito) ou agrupada (alinhamento). O alinhamento constitui-se de uma série de menires dispostos em fila, por vezes retilínea, cujo mais famoso exemplo é o de Carnac na França. Os agrupamentos circulares de menires são denominados cromlech (Celta crom -- curva e lech -- pedra).

O dólmen (Baixo Bretão dol -- mesa e men -- pedra) são monumentos de pedra horizontais sustentados por dois ou mais blocos verticais ao plano do nível de solo (Déchelete, 1924, 375). Os autores distinguem os dólmens simples, os com corredores, os de aléias cobertas e os com câmaras tumulares (Orens, 1978, 10). Os dólmens mais famosos são os de Stonehenge (Inglaterrra) e New Grange (Irlanda).

Os monumentos megalíticos são registrados em todas as partes do mundo, realizados por diferentes culturas e períodos, abrangendo desde o neolítico até o séc. XIX.

O megalitismo na América, apesar de registrado, sempre sofreu severas críticas quanto à sua presença, terminologia e difusão cultural pelos especialistas. O americanista J. Imbelloni, por exemplo, questionava o uso da terminologia européia em monumentos e evidências sul-americanas. Para ele, o uso de nomenclaturas universais aplicadas em formas independentes e não homogêneas como a dos aborígenes latinos era problemática (Imbelloni, 1956, 152-153). A maioria dos pesquisadores, no entanto, acabou por seguir as reflexões do acadêmico Canals Frau. Em sua sistematização, considerou a cultura megalítica americana como sendo do período formativo, antecedendo as grandes civilizações ameríndias (Frau, 1950, 491, 499). Recentemente, o arqueólogo Arie Boomert classificou os conjuntos megalíticos do nordeste da América do Sul em seis categorias: os agrupamentos de pedras afastadas; os círculos de pedras afastadas; as simples pedras levantadas; as figuras de pedras; as pilhas de pedras e os muros de pedras (Maziere, 1997, 121). Essas duas últimas categorias são problemáticas, devido à intencionalidade questionável desses conjuntos em alguns casos, e também de possíveis origens histórico-coloniais de alguns muros de pedras nas áreas de ocorrência. De qualquer maneira, o registro de pilhas de pedras em túmulos e outras espécies de sítios arqueológicos nem sempre possuem conotação megalítica.

Apesar dos vestígios andinos incaicos e das estátuas da Ilha de Páscoa e Tiahuanaco serem colocados numa categoria independente do megalitismo, emprega-se a terminologia para as áreas culturais pré-incaicas da Argentina, Chile, norte da América do Sul e América Central. Os mais expressivos exemplos são as apachetas -- alinhamentos circulares descobertos na Argentina, os alinhamentos encontrados no Brasil por Meggers e Evans, os centros megalíticos de Chontales (Nicarágua), Capá (Porto Rico), Chacuey (República Dominicana), Infernito (Colômbia), Queneto e Sillustani (Perú), Tafí, Tiu Cañada, Alamito e Salta (Argentina).

Em nosso país, apesar da escassa bibliografia sobre o tema, a sistematização realizada por André Prous para a produção arqueológica brasileira, incluiu a terminologia cromlech para círculos de pedra em Minas Gerais, Bahia e Amapá (Prous, 1992, 31).

Estudos megalíticos no Brasil.

O primeiro acadêmico a efetivamente realizar escavações sistemáticas em um conjunto megalítico brasileiro foi Curt Nimuendajú. Seus trabalhos na região amazônica entre 1922 e 1927, foram publicados em Stuttgart, sob o título Streifzige in Amazonien. No sítio José Antônio, curso inferior do rio Cunani (norte do Amapá), encontrou um extenso alinhamento de pedras não polidas, erigidas intencionalmente (Linné, 1928, 77). Neste sítio, teriam ainda permanecido 150 blocos verticais sustentados por outros menores, por vezes apoiados um no outro, e que formam uma dupla linha, correndo paralelamente o rio Calçoene. O maior bloco do conjunto media 2x0,7x0,25m, tendo seu peso avaliado em 600kg. Devido ao fato de não encontrarem-se significativos vestígios cerâmicos e líticos, e as pedras terem sido deslocadas de grandes distâncias, Nimuendaju acreditava que estes alinhamentos teriam ligações com práticas religiosas, sendo o sítio um local sagrado.

No mesmo estado, porém mais ao sul, os arqueólogos norte-americanos Clifford Evans e Betty Meggers encontraram alinhamentos semelhantes. No sítio Aurora (região do rio Flexal), existiam blocos de granito com tamanhos variáveis e raspados asperamente. Devido à ação de caçadores de tesouros, a posição original e o número exato das pedras não pôde ser reconstituído. Em outro sítio, Ilha da Fortaleza, foram encontrados seis blocos alinhados circularmente em uma elevação natural. Como não foi descoberto nenhum vestígio de urna nem sepultamento, os arqueólogos concluíram que o sítio: "(...) was used as a place of worship or ceremonial gathering" (Meggers & Evans, 1957, 40), concordando com Nimuendaju quanto à finalidade dos megálitos encontrados por ele. Quanto aos autores dos monumentos pétreos, seriam indígenas da fase Aruã, a mais antiga a ocupar o espaço amazônico (Prous, 1992, 496).

Ainda no norte do Brasil, foram registradas ocorrências de figuras de pedra, no estado do Pará. O etnógrafo alemão Manfred Rauschert-Alenani encontrou em 1970, nas nascentes do rio Citaré: "figuras compostas de linhas longas de pedaços de pedra soltos, colocados sôbre o planalto rochoso. Há, outrossim, pequenas figuras de animais e uma figura humana feita com a mesma técnica" (Rauschert-Alenani, 1970, 531).

No sul da Guiana Francesa, também foram registradas figuras de pedra, com cerca de 10cm de altura, representando formas animais e humanas. Uma das únicas áreas encontradas em nosso continente com tal ocorrência, são os geoglifos chilenos e do Peru (Nazca), mas devido a sua natureza funcional, são tratados pelos especialistas regionais como manifestações de arte rupestre, e não como conjuntos megalíticos. [1] De igual modo na Guiana Francesa ocorrem alinhamentos retilíneos, o mais importante com 287 blocos à uma distância de 65 metros (Maziere, 1997, 121), e circulares, com cerca de três metros (Hurault, 1963, 164). A distinção com a maioria dos alinhamentos megalíticos americanos é que a altura de cada pedra não ultrapassa 12cm, não constituindo portanto menires.

No extremo oposto do país, Rio Grande do Sul, o arqueólogo José Proença Brochado também encontrou vestígios megalíticos, durante pesquisas em 1967-68. No vale dos rios Ijuí e Jacuí, numa pequena encosta, foram encontrados:

"doze lages de basalto retangulares, medindo entre 50 e 215 cm de comprimento por 26 a 60 cm de largura, estiveram colocados de pé ou horizontalmente apoiados sôbre pedras menores. O conjunto (...) apresenta vários alinhamentos orientados norte-sul, com o seu eixo de simetria alinhado leste-oeste, acompanhando o declive. Ocupava o centro do conjunto um poste de basalto medindo 2m de altura, grosseiramente conformado de maneira a representar possivelmente uma figura humana" (Brochado, 1969, 49-50).

Percebe-se a nítida orientação astronômica do conjunto, reforçada pelo encontro de túmulos de pedra próximos, também alinhados leste-oeste, com aberturas voltadas para oeste. [2] O arqueólogo Brochado associou esses vestígios a tradições de origem patagônica.

Em outras regiões no Brasil foram registrados cromlechs. Em Pompeu (Minas Gerais), universitários encontraram formações circulares de pedra associadas a machados e cerâmica da tradição Aratu (Prous, 1992, 352). O arqueólogo Marcos Galindo Lima (UFPE) constatou diversos alinhamentos em Pernambuco, onde "um deles forma um círculo com 40-60 cm de altura, enquanto o outro desenha uma linha quebrada irregular" (Prous, 1992, 354). Em Roraima, o explorador Marcel Homet registrou ocorrências megalíticas durante os anos 50 (Homet, 1959, 12, 68). Uma equipe do Museu Goeldi realizou pesquisas neste estado, e foi informada da existência de alinhamentos na região do rio Surumu, que podem ser confirmadas ou não em outras etapas de investigação desse grupo (Ribeiro, P., 1987, 43). Recentemente, próximo à base do monte Roraima, exploradores fotografaram um cromlech atribuído aos indíos Pémons (Ribeiro, R., 1995, 38-39).

Pesquisadores amadores e aventureiros das mais diversas épocas, relatam a ocorrência de estruturas megalíticas complexas em nosso país. Geralmente tratam-se de formações geológicas naturais tomadas como dólmens, sendo estes monumentos até hoje não comprovados no Brasil (Souza, 1997, 45). Os autores das descobertas creditam geralmente aos celtas a origem desses supostos monumentos. Aqui evidenciamos a continuidade de um mito iniciado no séc. XVII, [3] pelo qual os megálitos europeus eram considerados obras dos bárbaros gauleses. Sobrevivendo no academismo até fins do oitocentos, quando verificou-se que os monumentos pétreos eram obras de culturas muito mais antigas, o mito celta demonstra a construção de ideais nacionalistas, procurando vincular a pré-história com um passado civilizado e glorioso, justificando o presente político (Demoulle, 1982, 744; Lima, 1988, 20). Isto não impediu a popularização da antiga teoria na literatura, cinema e cultura de massa: os famosos alinhamentos de Carnac e Stonehenge são creditados muitas vezes, até em obras didáticas, aos ousados celtas, desconsiderando pesquisas arqueológicas que os vinculam ao período neolítico europeu, de 4.000 a 1.800 a.C. (Renfrew, 1983, 128).

O alinhamento de Monte Alto (BA).

Os mais famosos e polêmicos megálitos brasileiro, situados no sudoeste da Bahia, foram descobertos em 1879 pelo engenheiro Teodoro Sampaio. Muitos autores em nosso século trataram o local como um exemplo de cidade perdida, devido à sua relação com o tema mítico das civilizações que teriam existido nas terras brasílicas.

Curiosamente, no momento da descoberta, Teodoro Sampaio estava realizando trabalhos de exploração geográfica pelo interior da Bahia, procurando desmistificar nossa pré-história. Entre os acadêmicos do império, a existência de antigas civilizações adiantadas era um tema recorrente. A famosa cidade perdida da Bahia, buscada incessantemente por especialistas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro desde 1840, era defendida até mesmo pelo grande nome da arqueologia brasileira dessa época, Ladislau Netto. O IHGB e o Museu Nacional procuravam demonstrar a idéia de um passado nacional "civilizado", uma alternativa à nossa singela e primitiva pré-história (Langer, 1997(a),  81-108).

Ao final do período imperial, Teodoro Sampaio encontrou formações geológicas bizarras associadas com pinturas rupestres na Serra do Sincorá (BA), um dos locais presumíveis da fantástica urbe esquecida. Para este pesquisador, tratava-se do próprio sítio que deu origem ao mito (Sampaio, 1937, 234). A divulgação dessa descoberta entre os especialistas foi uma das iniciativas que tratariam de deslocar o tema, das discussões acadêmicas da arqueologia para a cultura popular. Porém, ao final de sua expedição, também encontrou próximo à cidade de Monte Alto, algumas ruínas e um extenso alinhamento de pedra, que não soube esclarecer neste período. Como pretendia desmistificar o panorama etnográfico brasileiro e não criar outras discussões, omitiu esta descoberta até 1922. Ao organizar o verbete sobre arqueologia, na importante publicação do centenário promovido pelo IHGB, descreveu:

"Em Monte Alto, no logar chamado Riacho das Pontas, vertente do rio Verde Grande, há, num campo, extenso alinhamento de pedras de cerca de metro e meio de altura, fincadas equidistantes, desenvolvendo-se por cerca de um kilometro, e proximo, sob uma esplanada rochosa, as ruinas de antigas construcções de pedras toscas, algumas destas de grandes dimensões. Ignora-se ainda hoje a origem dessas ruinas" (Sampaio, 1922, 848).

Apesar da reputação de Sampaio, a descoberta foi recebida com muita frivolidade entre os estudiosos. Angyone Costa, por exemplo, na primeira publicação especializada em arqueologia no Brasil (1936), colocou Monte Alto na mesma categoria que outros locais fantasiosos, como Vila Velha (PR) e as conhecidas Sete Cidades do Piauí (Costa, 1980, 98). [4] Esse preconceito ideológico deve-se, em parte, ao impacto ainda presente nesta época, dos antigos mitos oitocentistas em nosso continente. Uma das raras exceções, foi o pesquisador Anthero Pereira Jr. Em um artigo para a Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, alertava para a verificação in loco dos vestígios em questão: "aqui fica o que sabemos de maior sôbre tais alinhamentos, que devem, quanto antes, ser devidamente estudados" (Pereira Jr., 1944, 60).

O próximo acadêmico a visitar Monte Alto, foi novamente um engenheiro, Herman Kruse, em 1940. Realizou trabalhos topográficos e forneceu algumas referências sobre o local:

"As pedras medem, aproximadamente, 1x2x6 palmos, e são fincadas por dois palmos dentro da terra. Todos eles tem um entalhe na parte superior M, em cujo ponto interior corre a linha da mira (...) As pedras se acham fincadas em distâncias iguais, de cerca de 7 palmos, algumas caíram e outras desapareceram (...) Não se trata, indubitavelmente, de uma cerca de curral" (Moura, 1996, 25-26).

Infelizmente, seu trabalho permaneceu inédito, sendo parcialmente descrito recentemente por seu colega de topografia, Waldemar Moura.

Monte Alto novamente seria popularizada em 1971, quando foi redescoberta pelo pesquisador Luis Galdino. Em diversos artigos para revistas e jornais, forneceu fotografias e descrições do intrigante local:

"(...) O alinhamento melhor conservado desenvolve-se em semicírculo ao longo do riacho das Pontas (...) O semicírculo formado pelos pilares fincados se prolonga por cerca de 600 metros. Os marcos de pedra são levantados a espaços de 3 metros. São bastante rudes, constituídos de pedras toscas. Os maiores atingem 1,50m, enquanto os menores estão semi-sepultados no brejo" (Galdino, 1977, 39).

Através das informações publicadas por Galdino, uma equipe do Museu Nacional e Universidade Federal do Paraná desenvolveu pesquisas no local em 1996. Confirmando a sua origem indígena, [5] os especialistas chegaram à conclusão de que o alinhamento seria "a projeção vertical do céu na superfície terrestre no instante do aparecimento das Plêiades" (Beltrão e Afonso, 1998 (a), 99). A função desse conjunto poderia ter sido a de um calendário baseado no nascer helíaco do aglomerado das Plêiades. [6] Diversas etnias da América e do mundo inteiro marcavam o início do ano baseado nas Plêiades, assim como os grupos indígenas brasileiros, cuja maior utilidade era desenvolver sistemas de marcações para controle da estação agrícola. Estruturas monumentais orientadas para essa região estelar também são encontradas em diversas regiões do planeta (Baity, 1973, 420).

A mesma equipe que pesquisou Monte Alto igualmente havia identificado monólitos orientados em Central (BA) em 1996, e anteriormente, o prof. Germano Afonso estudou uma estrutura similar em Salto Segredo (PR). Consistem em megálitos com os quatro lados talhados artificialmente e de maneira tosca, com larguras diferenciadas e orientados para os pontos cardeais, com os lados mais estreitos voltados para a direção leste-oeste (Beltrão & Afonso, 1998 (b)). O monólito de Segredo -- com cerca de 1,70m de altura -- estava associado a um sítio arqueológico e ao seu redor havia pedras menores, indicando aparentemente, as direções helíacas (Afonso, 1998, 1).

Os menires são o estágio cultural mais primitivo e primário do megalitismo. Em sua forma pura são antagônicos aos dólmens, estes a forma mais complexa das disposições em pedra: "O menir é certamente o monumento megalítico mais puro e mais simples; uma pedra bruta ou apenas retocada cravada no solo e que tende de modo geral à forma de um fuso irregular" (Orens, 1978, 250). O encontro de monólitos (menires isolados) no Brasil, indica uma tendência iniciada desde os primórdios das comunidades pré-históricas, em realizar monumentos que sejam reflexos de aspectos sociais e também práticos, ao serem utilizados como calendários. Recentemente, o estudo de estruturas similares na África com grande antiguidade (Malville, 1998, 490) e de orientações astronômicas em megálitos argentinos (Bravo, 1996, 25-29), permite contextualizar esses estudos com os efetuados em nosso país, efetivando a universalidade dos padrões megalíticos.

Apesar do eminente ceticismo dos acadêmicos brasileiro para com interpretações astronômicas na pré-história, diversas pesquisas apontam para uma nova revisão do tema. Os vínculos do megalitismo com a arqueoastronomia são antigos, [7] e recentemente aplica-se também essa perspectiva para a interpretação da arte rupestre. De maneira geral, as culturas ameríndias criavam calendários com fins empíricos, relacionadas a funções coletivas de demarcar o tempo:

"(...) a marcação de dias através da projeção das sombras de um bastão, que se interpõe entre o sol e uma pedra, nada tem de complexo ou extraordinário (...) Não vemos qualquer razão para aceitar-se relações metafísicas complexas ligadas à arte rupestre e rejeitar, de pronto, funções práticas para determinadas obras, que, se implicavam em uma complexidade mental, envolviam operações simples: repetimos, observar as sombras projetadas por um objeto e marcar a posição destas sombras, nada tem de complicado" (Seda, 1997, 160).

Outra confirmação para os estudos arqueoastronômicos na pré-história brasileira, são os registros de evidências etnográficas de nossos indígenas, registradas há décadas pelos antropólogos e acadêmicos.

Conclusão: padrões comparativos do megalitismo brasileiro e americano.

Os  registros megalíticos no Brasil correspondem ao panorama observado em todo o continente. Especialmente na América do Sul, existem padrões de analogia muito grandes, que, sem evidenciarmos relações culturais diretas, demonstram paralelos tipológicos importantes.

O primeiro padrão de comparação é o tamanho observado nos blocos de pedra. Com uma altura máxima de 2m e média de 0,50cm, os megálitos brasileiros se assemelham aos observados na América, não apresentando as dimensões colossais da Europa e Oceania. As construções monumentais de San Augustin (Colômbia), Ilha da Páscoa (Chile), Tiahuanaco (Bolívia) e La Venta (México), são excluídas dessa classificacão cultural, como já observamos.

O padrão de disposição mais observado no Brasil é o alinhamento retilíneo, ocorrendo no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia e Amapá. A ocorrência de circulos de pedra (cromlechs) concentra-se no norte e nordeste do país. No estado do Amapá ocorreram evidências dos dois agrupamentos, relacionados à mesma etnia indígena (Meggers, 1957; Prous, 1992). Em outras regiões da América do Sul, a ocorrência de cromlechs é absolutamente superior em relação aos alinhamentos retilíneos.

A sustentação dos blocos megalíticos brasileiros geralmente era realizada diretamente no solo. Em alguns casos, como no Mato Grosso e Rio Grande do Sul, estiveram apoiados em montículos de pedras menores em sua base. O menir central do cromlech do monte Roraima, foi realizado também com essa técnica (Ribeiro, R., 1995, 38).

Os monólitos (menires isolados) registrados na Bahia e Paraná, estavam associados a sítios cerâmicos, ambos com orientação astronômica (Beltrão & Afonso, 1998). O encontro de monólitos é comum na América do Sul, geralmente situados em locais elevados. No Peru, arqueólogos encontraram blocos pré-incaicos isolados na região de Pajatén, apresentando cada um "cêrca de 1m30 de altura. A base é quadrada e o topo, em forma de lança com arestas agudas" (Wood, 1967, 15). Os pesquisadores compararam esses monólitos com as intihuatanas e huacas [8] de pedra, utilizadas pelos incas para orientações solares do solstício (Wood, 1967, 16).

Não foram registradas no Brasil ocorrências de arte rupestre -- petróglifos ou pinturas -- realizados nos blocos dos conjuntos megalíticos. [9] No sítio de Jacuí (Rio Grande do Sul), o menir central foi trabalhado, com uma possivel imitação de forma humana (Brochado, 1969, 49). Em outras áreas arqueológicas, como na Argentina, as manifestações artísticas são comuns. Em Tafí (Tucuman), os menires apresentam além de desenhos e símbolos abstratos, rostos humanos gravados no alto dos blocos. É um tipo de manifestação mais rara, ocorrendo nos menires da Córsega e da Oceania. Evidentemente, esses megálitos aproximam-se no conceito de estátuas-estelas, típica de culturas mais complexas, porém americanistas insistem em suas diferenciações. [10]

Os aspectos funcionais do megalitismo brasileiro. Não foram descobertos megálitos no Brasil associados com restos fúnebres ou com intenções funerárias, típicos no Chile (Encina, 1983, 45), Argentina (Dougherty, 1972, 20) e Colômbia (Coe, 1997, 167), todos com dólmens e menires adaptados para câmaras mortuárias.

A maioria das estruturas megalíticas americanas está relacionada com práticas religiosas e sagradas. O mais impressionante conjunto megalítico do Caribe, Capá (Porto Rico), era um importante centro religioso e político da cultura Taino (Willey, 1971, 390). Também apresentava funções cerimoniais o centro megalítico Taino de Chacuey, na República Dominicana  (Moya, 1955, 44). Um dos mais antigos monumentos peruanos, Queneto, foi interpretado pelos especialistas como um duplo templo, construído com grandes pedras e fileiras de lajes (Fraus, 1950, 497). No complexo Alamito (Argentina), círculos de pedra eram utilizados para rituais, associados com plataformas cerimoniais dos indígenas Ciénega (Willey, 1971, 220). As admiráveis apachetas (círculos de pedra) descobertas em grandes altitudes na Argentina, associavam-se com ritos sacrificiais incas e pré-incaicos (Schobinger, 1975, 78-79). [11] As figuras e alinhamentos de pedra da Guiana Francesa foram relacionadas com motivos simbólicos e mitológicos dos antigos indígenas da região (Maziere, 1997, 125). A mais completa escavação e estudo no Brasil, em sítio megalítico, foi realizada por Evans e Meggers no Amapá. Suas conclusões foram que o local era utilizado para fins cerimoniais (Meggers & Evans, 1957, 40).

Especialistas contemporâneos em megalitismo insistem na necessidade de perspectivas sociais no estudo funcional desses monumentos. Qual o seu papel e como eles foram utilizados, efetivamente, no funcionamento da sociedade. Para Colin Renfrew, os megálitos estabeleciam "coesão social", estimulando a unidade das comunidades. Sua edificação duradoura era sentida como um "ato simbólico", servindo como canalização de anseios religiosos (Renfrew,  1982, 133).

Outra tendência atual, que complementa essa perspectiva, são os estudos arqueoastronômicos. Diversas pesquisas em inúmeras localidades do mundo, comprovaram a efetiva orientação astronômica de estruturas megalíticas. Essa tendência de orientar determinado monumento, além da óbvia função de calendário agrícola, entrelaça-se na organização social, ao promover períodos cerimoniais e determinadas funções de classe (Baity, 1973, 418). Um exemplo atual da utilização das duas perspectivas, é o estudo pioneiro dos megálitos argentinos: "Han servido para datar el año solar, fijando los tiempos de laboreo de la tierra, como señalar tiempos sagrados para celebraciones y ritos" (Bravo, 1996, 26).

Os estudos de megalitismo e arqueoastronomia em nosso país estão em fase inicial, em locais como Monte Alto (BA). Futuras pesquisas complementarão informações como padrões cerâmicos, cronológicos e culturais. Alinhamentos de pedra que ainda sobrevivem, como no norte e nordeste do Brasil, são um grande potencial de pesquisa.

Resta aos especialistas futuros a delimitação de uma metodologia que complemente o atual panorama de investigação em nosso país, que algumas vezes relega determinados indícios arqueológicos para segundo plano. Afinal, os megálitos tornam-se os únicos testemunhos monumentais de um legado cultural de nossos indígenas, tornando a investigação do passado ainda mais instigante e necessária.

NOTAS

[1] Para a especialista Susana Monzon, vários geoglifos do Chile e Peru são traçados com motivos geométricos e naturalistas, constituindo "l’accumulation de pierres de petite dimension de couleur plus foncée que celle du sol, ainsi que le nettoyage et l’extraction des cailloux dans les terrains pierreux" (Monzon, 1987, 99). Os geoglifos de Nazca são recentemente apontados como calendários (Aveni, 1986, 35). Segundo Alfredo de Souza, alguns geoglifos também são realizados por amontoamento de seixos (Souza, 1997, 59). Existem ainda na América do Norte, as chamadas "Medicine Wheels", realizadas há alguns séculos por indígenas,  constituindo-se em alinhamentos de pedras e pequenos blocos rochosos de forma circular, também com intenções astronômicas (Eddy,  1977, 140).

[2] No Rio Grande do Sul, foram registrados ainda corpos junto a montículos e pedras (tradição Taquara), enterrados estendidos de costas com o crâneo voltado para o nascente ou poente (Ribeiro, P., 1977, 46). Muitos arqueólogos também encontraram crâneos e esqueletos em sambaquis com o eixo orientado para pontos de interesse astronômico, como o Leste (Prous, 1992, 217).

[3] O primeiro a associar os megálitos com os celtas foi o antiquário John Aubrey (1626-1697), em seu livro Monumenta Britannica. Aubrey acreditava que os círculos de pedra britânicos eram templos druídicos, uma idéia que acabou por influenciar a literatura e a poesia romântica posterior. A imagem-estereótipo de Stonehenge, por exemplo, associada a cultos pagãos de sacrifício humano é herdeira direta desse período intelectual.

[4] Na realidade, esse procedimento dos acadêmicos prosseguiu até nossos dias, como demonstrou Alfredo Mendonça de Souza, ao incluir novamente Monte Alto na lista das cidades perdidas brasileiras (Souza, 1991, 77). Por sua vez, André Prous demonstrou um caminho inverso, ao insistir na necessidade de se retomar textos antigos, enriquecendo a tipologia bibliográfica do arqueólogo (Prous, 1992, 55). Um dos mais recentes exemplos da utilização de crônicas e relatos históricos na arqueologia brasileira, foi o excelente trabalho de Edithe Pereira para com os registros rupestres do Pará (Pereira, 1993).

[5] As ruínas identificadas inicialmente por Teodoro Sampaio no local, podem ser depósitos de salitre do séc. XVIII, sem vinculação com os alinhamentos. Pesquisas sistemáticas em arqueologia histórica elucidarão a origem desses vestígios. Quanto aos blocos de pedras alinhados, a altura (cerca de 0,70m) e afastamento (média de 2,50m) descartou plenamente a possibilidade de tais blocos de pedra terem sido utilizados ou construidos para fins de cercamento e curral. A extensão do alinhamento, cerca de 1km, torna o conjunto o maior já registrado no Brasil (Beltrão & Afonso, 1998(a), 95-96).

[6] O primeiro pesquisador a identificar possíveis correlações astronômicas na pré-história brasileira foi Marcel Homet, durante os anos 50 no estado de Roraima. Na Serra do Machado, encontrou uma caverna com petróglifos, que considerou representações do sol, associadas com urnas funerárias. Próximo da entrada do sítio, situava-se um monólito com dois petróglifos, semelhantes aos da caverna (Homet, 1959, 68).

[7] Os estudos arqueoastronômicos são quase tão antigos quanto a arqueologia moderna. Em 1740, O antiquário William Stukeley percebeu o alinhamento solar de Stonehenge; Jacques de Cambry (1805)  associou os menires ao culto do sol; H. du Cleuziou (1874) desenvolveu a teoria solsticial dos megálitos; P. Crossin (1898) aprofundou a teoria dos alinhamentos megaliticos equinociais. Os estudos astronômicos aplicados à arqueologia somente tiveram total credibilidade a partir do respeitado J. Norman Lockyer. Criador da revista Nature, publicou entre 1890 e 1906 pesquisas a respeito da orientação dos monumentos egípcios e megalíticos. Outra publicação clássica a respeito foi L’Orientation des mégalithes funéraires et le culte solaire à l’époque mégalithique (1912) de Marcel Baudouin (Hicks, 1979, 46; Orens, 1978, 216, 282-283). A arqueoastronomia megalítica tomaria grandes proporções acadêmicas e metodológicas a partir dos célebres estudos dos especialistas Alexander Thom em 1954-1972 e Gerald Hawkins entre 1963-1970 (Baity, 1973, 389-397; Hawkins, 1963; Thom, 1973).                                       

[8] As huacas eram locais sagrados, de veneração religiosa, geralmente feitos de pedra ou madeira. A intihuatana (poste de amarrar o sol) era uma huaca de pedra localizada geralmente num centro urbano definido, como Cuzco, ou em elevações como Machu Picchu (Coe, 1997, 198).

[9] O pesquisador Luis Galdino teria encontrado petróglifos em um megálito de Monte Alto (BA) em 1971 (Galdino, 1977, 39).

[10] Estudando monólitos com figuras antropomórficas na República Dominicana, o arqueólogo Emile Moya diferencia os mesmos das estátuas e ídolos típicos dos maias, astecas e incas: "consideramos éstas de Chacuey, como monolitos columnares, piezas más bien comparables a los menhires neolíticos de la vieja Europa" (Moya, 1955, 51).

[11] A região norte da Argentina possui a  maior concentração de centros megalíticos do continente, respectivamene nas províncias de Salta, Tucuman e Catamarca. Também nessa região foi localizado o conjunto megalítico mais alto do mundo, no vulcão Antofalla (6.100m, Puna de Catamarca). Consiste em um alinhamento circular de pedra, disposto em volta de um monólito vertical ao centro (Schobinger, 1975, 78). A semelhança estrutural entre as apachetas argentinas com o cromlech dos índios Pémon identificado em Roraima é surpreendente.

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